sexta-feira, 15 de julho de 2016

Uma nova vida

17 de julho de 2011. Havia recebido uma ligação pedindo que eu fosse fazer exames admissionais para meu novo emprego. Minha consulta estava agendada para o dia 18 de julho de 2011. No fundo, não queria abrir mão do que eu já havia conquistado até então, e cismava em ver meus sonhos escorrendo por entre meus dedos, sem poder fazer nada para impedir. Nunca havia bebido tanto quanto naquela noite, e fiquei acordado, levemente embriagado, jogado no canto do meu pequeno quarto. Chorei.

Na manhã seguinte, minha mãe me encontrou, distante. Entrou em desespero, pois ela estava começando um novo emprego e não queria ter que abrir mão do seu trabalho pra dar atenção a mim e, nesse momento não pensado, resolveu ligar para minha irmã para que viesse até meu apartamento para que ficasse comigo, pois eu "estava num momento de conflito interno" e não queria me deixar sozinho. Minha irmã chegou minutos depois com meu sobrinho, deixou meu sobrinho brincando na sala e veio "conversar" comigo.

Depois dessa pequena conversa, eu jurei a mim mesmo que ninguém iria me fazer sentir novamente o que ela fez. Eu me senti o lixo da humanidade com tudo o que ela havia me falado (sem saber que o pior ainda estava por vir).

Levantei, me recompus e arrumei minhas coisas. dia 19 de julho de 2011 estava fazendo meus exames admissionais e comecei a trabalhar numa multinacional, filiada à outra empresa nacional. A partir de então, não percebia que eu era outra pessoa...

Meu mundo - quase - perfeito...

2011 começou e eu não aguentava mais trabalhar e estudar harpa. Tinha que escolher entre uma ou outra coisa. Era basicamente ter que escolher entre a razão e a emoção, comer miojo com colher ou tomar sopa com garfo. Pra ajudar, Denis ainda havia me colocado uma nova situação: seu pai estava com problemas cardíacos e ele (Denis) precisaria ir até Porto Alegre pra vender uma das casas da família para dar continuidade ao tratamento. Ele me disse que logo estaria de volta, e eu acreditei...

Foi em Porto Alegre que ele entrou em contato comigo, dizendo que sua irmã foi passar uns dias em sua casa em São Paulo e precisou acessar o email dela pelo computador. Ao entrar no email, sem querer abriu a caixa de entrada do email do Denis, e ali estavam todas as mensagens que trocamos, pois ele havia salvo como mensagem de email. Ela entrou em desespero e ligou para ele imediatamente, o qual voltou a São Paulo com urgência. Depois de algumas discussões com sua irmã, eles decidiram que ele deixaria de manter contato comigo para que ela não contasse nada para os pais, já que o pai dele estava numa situação delicada. Eu consenti.

Passei o primeiro semestre de 2011 sem saber o que fazer. Não conseguia estudar harpa, não estava mais trabalhando no banco, não sabia o que estava sentindo por outra pessoa (não conseguia me entender sexualmente). Minha vida tinha virado do avesso, literalmente. Pra ajudar, minha mãe estava sendo desligada do seu antigo emprego, e isso fez com que eu me sentisse totalmente responsável pelos deveres da casa. Comecei, então, a correr atrás de algum emprego. Foi, então, quando nasci novamente...