terça-feira, 9 de maio de 2017

Libra com lua em libra e ascendente em libra...

18 de Junho de 2011, Como comentei em outro post, foi o dia que comecei a trabalhar na CapGemini, em campinas. Saí do banco logo no início do ano pra continuar meus estudos de harpa, mas logo que saí do banco minha mãe foi demitida sem justificativa e não arrumava outro emprego. Pra ajudar, meu pai não me ajudava mais financeiramente e, querendo ou não, eu teria que ser aquele que colocaria dinheiro dentro de casa. Quanto ao tal Denis Fazoralle eu esperava um contato, mas cada dia que passava era um passo que eu dava na direção oposta a ele. Evitava contato com o 'E' também (quando saí de são paulo no dia que nos conhecemos, fiquei pensando no que eu havia feito e não conseguia me tranquilizar, pois estava contra minha religião, meus princípios desde pequeno e não conseguia me perdoar - um suicídio começou a parecer uma alternativa menos pecaminosa comparado ao homossexualismo). 

Dentro da nova empresa, eu tentava de tudo pra pensar na minha vida o menos possível. Passava horas e horas em frente a um computador, lançando notas fiscais no sistema de forma rotineira (o que eu adorava), mas os expedientes passavam de 8h para 12h, 16h, 24h... fui forçadamente mandado pra minha casa quando fiquei em um plantão de mais de 30h na empresa. Minha mente não funcionava mais como antes: minhas habilidades cognitivas estavam trabalhando no limite, mas não armazenava minhas ações diárias na memória, e tudo o que fazia era em "estado automático". Eu não queria mais aquela vida, e resolvi ser membro de um grupo na internet, um site de relacionamentos. Foi onde conheci o Arqueiro33. Ficamos uns dois meses conversando pelo site, até que então ele resolveu entrar em contato por telefone. Nos falamos, nos gostamos e eu fui até ele. Morava em são paulo também, por ironia do destino! Eu demorei pra encontrar a casa dele pq n conhecia nada da cidade (e ainda não conheço), mas me pareceu a melhor decisão que estava fazendo - e não estava errado. Ele me ensinou muitas coisas naquele dia, desde cozinhar frutos do mar até ler tarot! Me mostrou músicas que eu nunca pensaria em ouvir, desenhos e projetos, me ensinou a apreciar pequenos gestos e a criar "rituais" que me fariam feliz (quando digo rituais não digo no sentido religioso). Pra manter o sigilo, o chamarei de Gu. 

O Gu foi - e ainda é - um marco na minha vida e alguém que mudou completamente a forma de agir e pensar pra algumas situações na vida. Ele me ensnou, depois de muitos anos desse acontecimento, o que significava o amor em sua mais pura forma. Eu pude sentir carinho, atenção, respeito e autenticidade de maneiras que ainda me surpreenderia nos dias de hoje. Resolvemos, em outubro de 2011, começarmos um namoro sem que muitas pessoas soubessem, e pra mim isso não era um novo passo, mas um salto a distância que eu dava. Dois librianos, juntos...

segunda-feira, 8 de maio de 2017

O início do fim

Início de 2011... eu tentava conciliar os estudos de harpa em São Paulo com o trabalho terceirizado no Banco Real, mas era quase insuportável... saía correndo do banco pra poder chegar a tempo na capital, pois a professora era idosa e fazia o máximo para permanecer na escola até que eu chegasse, sem contar as aulas que eu tinha três vezes na semana durante a noite. Chegava em campinas novamente às 1:00h, geralmente. Eu pegava um ticket refeição que minha mãe me dava todos os dias (R$8,00) e comprava um suco e dois salgados - isso era minha refeição do dia. Andava da estação Sumaré até a estação Vergueiro a pé, ida e volta, todos os dias, pra não gastar dinheiro com metrô. Quando não aguentava andar, vendia o meu ticket por duas passagens de metrô e ficava sem comer o dia inteiro, forrando o estômago com água (e café, quando me ofereciam da cozinha). Eu queria usar o máximo de tempo que tinha para estudar e conseguir crescer na música, mas os obstáculos ficavam cada vez maiores. Pra não parar de estudar, cheguei até a fazer uma "capa" de 'super bonder' no dedo pra não sofrer com as bolhas que estouravam e o sangue que escorria nas minhas mãos. Quando era 19h, eu me trancava na sala de harpa e ficava quieto, com as luzes apagadas, até que o segurança da escola fosse embora (aproximadamente meia noite). Quando ele ia, eu pegava algumas partituras e livros que estavam no armário e usava de travesseiro, e a capa de uma das harpas (que estava quebrada) eu usava de cobertor pra aguentar o frio de março, maio e junho. Quando o segurança me descobria, eu pegava alguns jornais do dia e ficava debaixo de um banco no centro cultural que ficava em frente à escola e voltava pra campinas no final do dia seguinte...

Uma das pessoas que me via andando pelas ruas ficou surpresa pela persistência e me chamou pra conversar... Pra manter o sigilo do nome eu o chamarei de "E". Ele me chamou até sua casa pra que eu pudesse contar um pouco sobre o que eu fazia em são paulo, pq chamava a atenção de algumas pessoas que, rotineiramente, passavam em frente à escola de música. Durante essa conversa, ele me ofereceu um pouco de água e eu aceitei. Seu apartamento era bem arrumado, extremamente organizado e 'vazio'. O acesso à cozinha se dava por uma porta sanfonada que permitia uns 60m de passagem apenas. Eu, como convidado, o deixei sair da cozinha primeiro. Ele, como anfitrião, fez o mesmo. Saímos ao mesmo tempo e, por termos praticamente a mesma altura, nos esbarramos e foi então que dei o "primeiro beijo" da minha vida... Bizarro, eu sei, mas eu não ficaria tão surpreso se o meu primeiro beijo - até mesmo selinho - fosse aos 24 anos dessa forma! Pra não deixar mais estranho, vou apenas dizer que ele tem mais de 50 anos.

Na hora, eu perdi totalmente o controle das minhas ações e reações. Não sabia o que pensar. Minhas idas à capital eram com outras intenções e, num acidente de gentilezas, comecei a perder minha inocência... voltei a campinas no mesmo dia, e não era mais virgem...